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Saúde > Silicone de alta coesividade mantém a forma e evita ondulamento

Novidades nas próteses de mama
Silicone de alta coesividade de última geração, como o form-stable, mantém a forma e evita o ondulamento


As próteses de silicone tanto podem corrigir alterações estéticas nos seios, quanto aumentá-los de tamanho. Desde a introdução dos primeiros implantes na década de 60, elas evoluíram e se tornaram mais seguras, com importantes avanços tecnológicos. De acordo com Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (CRM-SP 81.555), com mestrado e doutorado em Cirurgia Plástica na área de Cirurgia Mamária e Membro Especialista e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o implante mamário de silicone apresentou grande evolução em termos de qualidade e segurança. Esta evolução se deve ao aperfeiçoamento tecnológico na produção do silicone e novas características do implante, quanto ao formato e a constituição”.
 

 

Nos últimos anos, as mudanças mais significativas envolveram a espessura da prótese, o tipo de revestimento do silicone e a coesividade dessa substância. Para o especialista, as superfícies texturizadas permitem maior utilização, em virtude dos melhores resultados em termos de durabilidade e redução de incidência de contratura capsular. “Trabalhos de meta-análise demonstram uma menor incidência de complicações, como a contratura capsular, nos implantes com revestimento texturizado“. Outro ponto não menos importante está relacionado com a coesividade do silicone, que também aumentou, possibilitando manter a estabilidade do implante, além de evitar os ondulamentos.

 

A coesividade mais moderna que dispomos, atualmente, permite um implante macio, porém que mantém a sua forma estável e sem distorção nas diferentes posições nas quais a mama se encontra. Denominada de ‘form-stable’, é característica dos implantes anatômicos. Mesmo em pacientes mais magras consegue-se bons resultados com incidência menor de ondulamentos. Outro aspecto importante está relacionado com a evolução tecnológica na confecção da textura de revestimento do implante. Na sexta geração dos implantes, que está por vir, o emprego da nanotecnologia na confecção deste revestimento contribuirá na melhor qualidade dos implantes e nos resultados a longo prazo, uma vez que alguns estudos demonstram uma influência positiva no comportamento do fibroblasto e na produção de fibrose, características da contratura capsular”, relatam Dr. Munhoz. (Veja mais em www.protesedemama.blogspot.com).

 

Os benefícios da alta coesividade

 

Hoje, todos os implantes mamários são formados pela molécula de silicone denominada de polidimetil-siloxane (PDMS), a qual contém átomos de oxigênio, carbono, hidrogênio e sílica. O agrupamento de várias moléculas denomina-se de polímero e é o que determina as características físicas do implante de silicone, que dependem do seu comprimento e das interligações entre diferentes moléculas. Assim, quanto maior o comprimento do polímero e o maior número de ligações entre as moléculas, haverá mudanças na propriedade física do silicone, tornando-o mais líquido ou mais gelatinoso ou mesmo sólido. Na maioria dos implantes atuais existe certa coesividade, ou seja, são mais gelatinosos e menos líquidos devido ao maior número de interligações e ao comprimento do polímero.

 

Com a alta coesividade, mantêm-se a forma do implante mesmo na situação de ruptura, já que favorece no processo de troca do implante. Quanto ao resultado estético, a alta coesividade permite resultados mais naturais, porque mantém a forma do implante e reduz a incidência de ondulamentos, característica dos implantes menos coesos”, destaca Dr. Alexandre.

 

Na avaliação do cirurgião plástico, em termos de segurança os resultados são melhores que os implantes antigos ou não coesos, já que a ruptura do implante levava ao espalhamento do silicone na glândula mamária, gordura e músculos. Tal processo acarretava inflamação e, em casos mais acentuados, apresentava-se de difícil tratamento, pois a remoção cirúrgica total era extremamente complexa.

 

Dr. Alexandre Munhoz conclui que os silicones denominados ‘form-stable’ mantêm sua estrutura inalterada mesmo em posições diferentes e sob ação da gravidade. “Este fato reduz ou até elimina os ondulamentos pós-operatórios”.

 

Resultado do uso de novas tecnologias

 

O cirurgião plástico relata ainda que há uma tendência mundial no maior emprego de implantes com superfícies texturizadas e de última geração. “Confeccionadas também de silicone, essas superfícies apresentam inúmeros poros microscópicos, com distâncias e profundidades pré-estabelecidas, que influenciam no comportamento da fibrose pós-operatória”. O especialista ainda comenta que em importante estudo de meta-análise publicado na revista americana Plastic and Reconstructive Surgery por Philip Barnsley, em 2006, avaliou 93 outros estudos publicados entre 1966 e 2004 sobre o tipo de revestimento do implante e a incidência de complicações como ruptura e contratura capsular. “Sabe-se atualmente que os estudos de meta-análise apresentam alto peso epidemiológico, uma vez que avaliam casuísticas expressivas e permitem conclusões mais fidedignas. Neste estudo, os autores observaram que os implantes de revestimento liso apresentaram cinco vezes maior incidência de contratura capsular que os implantes texturizados, configurando-se assim a textura como um fator protetor, que diminui o risco de desenvolvimento deste tipo de complicação”, explica.

Outros estudos recentes analisando um número significativo de mulheres com implantes mais modernos e de última geração demonstram resultados melhores em termos de segurança e complicações quando comparados com os implantes mais antigos. Publicado no ano passado na revista americana de cirurgia plástica Aesthetic Plastic Surgery, uma importante pesquisa avaliou os resultados em longo prazo no emprego de implantes de última geração e alta coesividade.

 

Neste trabalho científico, o autor Per Hedén analisou as experiências de vários centros, com 8 anos de seguimento e com uma amostra de 160 pacientes submetidas a cirurgia de aumento mamário. Na avaliação, contatou-se uma incidência de 5,3 % de contratura capsular grave e 1,7% de ruptura do implante, sendo todos os casos diagnosticados por ressonância magnética e posterior cirurgia de troca do implante. Estes resultados mostram uma menor incidência de complicações quando comparado com implantes mais antigos ou de gerações anteriores”, finaliza Dr. Munhoz.

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