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Jovens colocam prótese mamária cada vez mais cedo
De cada 100 mulheres que procuram o procedimento, 20 são adolescentes de 13 a 18 anos.
Redução da idade e aumento do tamanho das próteses preocupam a classe médica
Há dez anos, as próteses implantadas variavam de 195 a 215 ml, hoje, o tamanho vai de 255 a 285 ml, em média. A idade das mulheres interessadas na colocação de próteses mamárias também reduziu significativamente. Há registro de adolescentes de 13 a 15 anos que já realizaram a cirurgia, e de cada 100 mulheres que procuram o procedimento, em média, 20 são adolescentes de 13 a 18 anos. Dados como esses têm causado preocupação na classe médica com as conseqüências que as jovens irão enfrentar num futuro próximo.
Segundo o cirurgião plástico Ronan Horta, de Belo Horizonte, o implante mamário em jovens pode acontecer após quatro anos da primeira menstruação, além da constatação da “maturação sexual”, ou seja, as mamas devem ter atingido o nível 4 - no tamanho das de uma adulta. “As meninas estão menstruando cada vez mais cedo, entre as brasileiras a menarca acontece por volta dos 11 anos. Portanto, entre 15 e 18 anos elas já podem se submeter à cirurgia”, afirma.
A evolução da tecnologia e alta qualidade dos materiais utilizados na confecção dos implantes tranqüilizam o médico. Porém a ansiedade das meninas que chegam ao consultório com a idéia fixa e desejo de próteses grandes, de 320 ml, 360 ml, não dando importância para a simetria, são preocupantes. Neste aspecto o cirurgião é categórico, e afirma que um implante em desacordo com a estrutura física traz prejuízo a curto e a longo prazo.
“Altura, peso e largura dos ombros devem ser levados em consideração. Na adolescência há uma maior propensão a alterações dos tecidos corporais. Implantes muito grandes provocam em 28% dos casos aparecimento de estrias de grande intensidade, além de uma possível atrofia da glândula mamária. Na vida adulta poderá interferir na amamentação. As brasileiras possuem estrutura óssea pequena, para mim o tamanho ideal e harmônico, após criteriosa avaliação, pode variar de 160 a 220ml”, revela Dr. Horta.
Dr. Horta afirma que além da relação de confiança e cumplicidade, o paciente deve exigir de seu médico o que chamou de “consentimento informado”. “O cirurgião tem o dever de informar por escrito, em linguagem de fácil acesso todo o processo do procedimento para que não seja possível ocultar possíveis falhas, bem como deixar explicito o resultado de acordo com a escolha da paciente. O corpo humano é único e as reações do organismo podem variar caso a caso; Acredito também que o dever de todo médico é preservar a integridade de seus pacientes. Se a jovem insistir na colocação de uma prótese que eu não acredito ser compatível com o seu perfil, não opero. O maior patrimônio que temos é o nosso corpo e isso deve ser respeitado acima de qualquer vontade”, finaliza.
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