Alimentação na Terceira Idade: necessidades calóricas diminuem
cerca de 20% a 25% entre os 50 e 65 anos
Osteoporose atinge mais de 15 milhões de brasileiros e sua prevenção pode estar associada
a uma alimentação rica em nutrientes como cálcio, fósforo, vitamina D e K
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A boa alimentação na infância e na vida adulta é que irá determinar a saúde e a capacidade funcional na velhice. Alguns nutrientes como, por exemplo, a vitamina B12 presente em alimentos de origem animal (carnes), são armazenados no organismo somente até os 50 anos. Além disso, as necessidades calóricas diminuem cerca de 20% a 25% entre os 50 e 65 anos e depois, a redução vai de 5% a 10% a cada 10 anos. Por isso, na Terceira Idade é de fundamental importância a redução do consumo de açúcares, bebidas alcoólicas e gorduras.
De acordo com a nutricionista do Hospital Paulo de Tarso, localizado no bairro São Francisco, na região Pampulha, especializado no atendimento a idosos e pacientes crônicos, é reconhecido como referência em Cuidados Paliativos, além de Geriatria, Cuidados Prolongados e Reabilitação, Fernanda Talha, não há consenso científico de que as necessidades nutricionais de vitaminas e minerais diminuam com a idade. “A melhor maneira de assegurar o aporte necessário está na dieta colorida e variada, entretanto pode-se haver deficiência na absorção de nutrientes devido a atrofia da mucosa intestinal”, explica.
A ingestão de líquidos também é fundamental para a saúde, principalmente do idoso acamado que costuma apresentar redução da sensibilidade à sede devido a diminuição da eficiência dos receptores renais e dependência física, imobilidade. Nestes casos, a desidratação pode desencadear doenças infecciosas e celebrais como o delirium (distúrbio de atenção, memória, humor e consciência) e agravada por uso de diuréticos e laxantes.
“O consumo de líquidos deve ser de 1,5 a 2 litros por dia com a ingestão de água, chá e sucos preferencialmente naturais. A hidratação também é fundamental antes e depois da atividade física, já a alimentação após atividade física deve priorizar o consumo de carboidratos complexos e frutas, que podem ser consumidas in natura ou sob forma de suco”, alerta a nutricionista.
Uma boa alimentação pode prevenir inclusive a osteoporose que já atinge mais de 15 milhões de brasileiros devido a perda gradual de massa óssea, deixando os ossos frágeis e susceptíveis a fraturas. Mais comum em mulheres após a menopausa, a prevenção natural pode estar nos alimentos, com o consumo adequado de nutrientes como o cálcio (leite e derivados e alimentos de origem vegetal de cor verde escura), fósforo (leguminosas e cereais integrais), vitamina D (produzida pelo nosso organismo a partir da exposição à luz) e vitamina K (leite, ovos e derivados).
Saúde bucal
De acordo com estudos realizados em 2010, cerca de sete milhões de idosos necessitam de prótese dental (total e parcial). Porém, doenças peridontais ou próteses mal ajustadas podem gerar uma menor capacidade de mastigar e tornar desagradável a alimentação provocando a redução do apetite, bem como da digestão e da absorção dos alimentos. Os idosos também costumam apresentar um aumento da sensibilidade da mucosa oral a alimentos em temperaturas extremas: quente e frio.
Segundo o especialista em implantodontia da Implantar Clínica Odontológica, Vitor Resende Chitarra, “próteses mal colocadas podem gerar disfunções temporo-mandibulares, afetando a articulação e a estética, além de causar dificuldade de dicção do paciente.” Ele alerta que os cuidados com a higiene são fundamentais, e que a troca da prótese deve ser avaliada de 5 em 5 anos, “uma vez que o osso maxilar e mandibular sofre um processo de reabsorção devido a falta dos dentes e à compreensão que a prótese exerce sobre o osso”, explica.
10 dicas para uma boa alimentação na Terceira Idade
1) Mastigue bem os alimentos
2) Beba bastante líquido (não espere sentir sede)
3) Alimente-se de 3 em 3 horas (porções de 5 a 6 vezes por dia são melhores do que grandes quantidades por vez)
4) Coma devagar e em ambiente tranquilo evitando se alimentar em frente a TV
5) Crie horários regulares para se alimentar (não belisque)
6) Pratique atividade física (com orientação)
7) Consuma mais alimentos integrais (ricos em fibras)
8) Diminua o consumo de sal e alimentos industrializados
9) Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes
10) Diminua o consumo de frituras