Saúde > Importância do protetor solar
FAÇA CHUVA OU FAÇA SOL, PROTEGER-SE É SEMPRE NECESSÁRIO
Dermatologista alerta sobre a importância do uso do protetor solar mesmo durante estações mais frias. O câncer de pele corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil.
A dermatologista Viviani Gerken explica que, independentemente da temperatura, a radiação ultravioleta chega à superfície terrestre e causa os mesmos danos à pele. “Os dias com mormaço e chuvas intermitentes são ainda mais perigosos, já que não sentimos calor e nos expomos ao sol sem proteção adequada”, comenta. Nesse período, a profissional recomenda o uso do protetor solar duas vezes ao dia e com fator 15, no mínimo.
A especialista alerta que o câncer de pele não-melanoma é causado pelo efeito cumulativo da radiação, ou seja, pode aparecer entre 20 e 40 anos depois da exposição exagerada aos raios UVA e UVB. "Se uma pessoa passa a vida inteira sem usar o protetor no inverno, pode ter problemas sérios na pele futuramente", confirma a dermatologista.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde o câncer de pele não-melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no País. O Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) estima 134.170 novos casos em 2012, sendo 62.680 em homens e 71.490 em mulheres.
Sobre os produtos
A gestora do pacote de proteção solar da Drogaria Araujo, Karine Amanda Chaves Secundino, explica que a diferença entre o protetor solar e o bloqueador está no fator de proteção. Embasado em dados do Ministério da Saúde, a profissional esclarece que os protetores possuem FPS (fator de proteção solar) entre 15 e 20; e os bloqueadores são aqueles que ultrapassam a proteção 20. Karine reforça que o uso regular e com quantidade suficiente resultam na eficácia da proteção. “É importante que o produto seja reaplicado a cada duas ou três horas”, explica.
Os especialistas ainda esclarecem que existe uma melhor textura para cada tipo de pele. Para pessoas de pele oleosa ou jovens com acne, é melhor adotarem protetores chamados de oil-free (sem óleo). Para quem tem a pele seca, o ideal são loções cremosas ou cremes. “Muitos não usam protetor solar, pois não gostam da textura dos produtos. No entanto, já temos excelentes protetores que podem, além de proteger, absorver a oleosidade da pele”, explica a Dra. Viviani Gerken, que ressalta a importância de sempre procurar um dermatologista para escolher o melhor produto de acordo com o tipo de pele.
SAIBA MAIS
Confira as dicas da Dra. Viviani Gerken sobre o uso do protetor solar:
1) O FPS tem a ver com o tempo de exposição ao sol?
Sim. O Fator de Proteção Solar quantifica a proteção que um determinado produto é capaz de oferecer em relação à radiação UVB. Assim, se um determinado protetor apresenta o valor de FPS 30, isso significa que o usuário está 30 vezes mais protegido quanto à queimadura solar (vermelhidão) se comparada à situação em que este usuário não estivesse usando aquele protetor.
2) Em peles negras, o uso do FPS 15 é suficiente?
A pele negra tem a proteção natural da melanina, por isso ela é menos sensível ao sol.
Geralmente, o FPS 15 é suficiente. Mas é sempre importante consultar um médico para entender o tipo de pele.
3) O protetor com cor (base) protege mais que os protetores sem cor?
Os protetores com base, além da proteção química, formam uma barreira física à radiação. Estudos recentes mostram que produtos mais opacos (coloridos) são mais efetivos na proteção contra a luz visível. E esta luz é fator importante no desenvolvimento e manutenção de manchas, como o melasma.
4) É importante proteger os lábios e cabelos do sol? Quais produtos são indicados?
Sim, os lábios, principalmente, se expostos ao sol sem proteção, podem desenvolver um perigoso câncer de pele, o carcinoma espinocelular. Existem produtos específicos para a mucosa labial. Os cabelos podem ser protegidos quanto ao dano estético, usando-se cremes.
5) Algumas pessoas relatam não usar o protetor solar diariamente pois poderiam ter deficiência de vitamina D. Está correta esta atitude?
Por vivermos em um país tropical que recebe radiação solar durante boa parte do dia, o ano todo, conseguimos obter níveis adequados de vitamina D somente com as atividades do dia a dia. Em casos de deficiência, a Academia Americana de Dermatologia recomenda que as pessoas tenham uma alimentação saudável com uma dieta rica em alimentos que possuam a vitamina D, como leite ou suco de laranja. Em alguns casos, o médico pode indicar o consumo de suplementos vitamínicos. No entanto, a instituição não recomenda exposição solar sem proteção, pois isso pode acarretar em doenças graves, como o câncer de pele.
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