Reconstrução mamária resgata autoestima de mulheres que tiveram câncer de mama
Implante é recomendado para pacientes que precisaram fazer mastectomia devido à doença
A campanha Outubro Rosa ganhou o mundo. Diversos monumentos estão iluminados de rosa e não faltam homenagens e ações para alertar as mulheres sobre os riscos e incentivar a prevenção e o diagnóstico precoce de câncer de mama. E o cenário é preocupante. O tumor é o tipo mais frequente no mundo e a principal causa de mortalidade feminina no Brasil, acometendo cerca de 50 mil mulheres anualmente, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer.
Além da taxa de mortalidade, que continua alta no país, a doença ainda pode causar sérios danos à autoestima das mulheres, já que em casos avançados da doença, a retirada parcial ou total da mama se faz necessária. E como as mamas refletem, em nossa sociedade, a feminilidade, qualquer alteração estética é capaz de desencadear casos de depressão e é vista como uma verdadeira mutilação. Com os avanços da medicina nas últimas décadas, os procedimentos cirúrgicos para a retirada de tumores são menos invasivos. Dessa forma, a necessidade da retirada total do seio é cada vez menor.
O cirurgião plástico Felipe Pacheco explica que a reconstrução mamária é um direito do paciente, garantido por lei federal. “Pacientes acometidas pelo câncer de mama podem realizar a reconstrução imediatamente após a intervenção cirúrgica para a retirada do tumor. Assim, elas não sofrem os danos psicológicos que a perda do seio causa em sua autoestima”, comenta.
O especialista alerta que a técnica de implante utilizada dependerá do tratamento utilizado contra o câncer. Na reconstrução realizada imediatamente após as mastectomias parciais, a técnica mais utilizada é o implante de silicone. Se a reconstrução é tardia, pode ser necessário utilizar um expansor de pele, que é inflado gradativamente com soro fisiológico, esticando a pele para comportar, posteriormente, a prótese de silicone. A alternativa só é dificultada em casos de sessões agressivas e constantes de radioterapia, pois pode inviabilizar o uso de alguns tecidos do corpo.
No caso da mastectomia total, ou seja, da retirada completa da mama, pele e músculo da região podem não ser suficientes, sendo necessário o uso de pele e músculos de outra região do corpo, o chamado retalho cirúrgico. “É o caso do retalho muscular. Mobilizamos pele e músculos de outras regiões, como costas ou parte inferior do abdômen, que são utilizados para construir uma nova mama. A prótese de silicone pode, então, ser implantada em alguns casos”, enumera o cirurgião.
Felipe Pacheco alerta que esse tipo de procedimento é mais complexo, com recuperação mais demorada e cicatrizes mais extensas, destacando que a prevenção é o melhor caminho. “O cenário ideal é o diagnóstico precoce do tumor, o que acarreta em uma cirurgia menos invasiva, com pouca retirada de tecido mamário”, salienta.
Seja qual for o tipo de prótese adotada, a paciente deve ficar atenta às recomendações médicas para o período pós-cirúrgico, como restrição de movimentos e atividades físicas de grande impacto e repouso. Uma avaliação médica cuidadosa para saber qual o procedimento ideal para o caso é essencial.
Sobre a fonte
O cirurgião plástico Felipe Pacheco é referência em cirurgias plásticas e procedimentos estéticos para homens e mulheres. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com residência em cirurgia plástica e do trauma, o profissional dirige a clínica Body & Face, localizada no bairro Santo Agostinho (Rua Santos Barreto, 58 – 5º andar). Felipe Pacheco é especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Conselho Regional de Medicina (CRM) e Associação Médica Brasileira (AMB) e Preceptor da Residência Médica de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário São José (HUSJ).