MOMENTO DE INCERTEZAS ECONÔMICAS E FINAL DE ANO REQUEREM PLANEJAMETO FINANCEIRO
Controle do fluxo de caixa e gestão do estoque são alternativas recomendadas
para gerenciamento das organizações
Quando alguém pretende viajar no final do ano, certamente planeja com antecedência o hotel, a passagem e o dinheiro que precisará gastar para não passar aperto. O mesmo deve acontecer com as empresas que precisam ter saúde financeira suficiente para honrar os compromissos no encerramento do ano. Muitos funcionários entram de férias, e é preciso arcar com o custo do 13º salário e das despesas com estoque. Para se ter ideia, só as contribuições com a folha de pagamento chegam a aumentar 100% nesse período, representando um custo significativo para as empresas brasileiras.
O professor do MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria da FGV/Faculdade IBS, José Carlos Carvalho, destaca que o segredo para conseguir arcar com esses compromissos está no planejamento. A começar pela elaboração do fluxo de caixa, que indica os déficits e superávits de cada mês. Isso reflete todas as mudanças que são afetadas por atividades operacionais, investimentos e atividades financeiras. Assim, é mais fácil prever e planejar melhor. “É possível negociar taxas menores com os bancos com antecedência, caso seja necessário pegar algum empréstimo. Visualizar o momento do arroxo permite a negociação de taxas bem baixas junto aos bancos, podendo chegar a menos de 1% ao mês, no caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES. Com uma boa poupança e um fluxo de caixa organizado, a empresa consegue gerir melhor seu negócio. Muitas não conseguem sobreviver por não possuir esse hábito. Cerca de 98% dos negócios quebram por deficiência na gestão do capital de giro”, ressalta Carvalho.
O especialista enfatiza que outros pecados financeiros podem afetar diretamente a saúde das empresas. A má gestão do estoque é um deles. Muitos preferem estocar à vender mais barato. O dinheiro, então, deixa de circular e o produto se deprecia. Dar mais prazo para pagamento na ânsia de vender mais é outro equívoco que a empresa comete, pois dilatar o tempo não significa, necessariamente, obter lucro líquido. As contas e os fornecedores não esperam, por isso, é bom tomar cuidado para não ter prejuízo.
“É preciso ter cautela no momento econômico que estamos vivendo para que as empresas consigam superar esse ano difícil e os próximos que virão de forma ainda incerta. Guardar dinheiro, ter um fluxo de caixa bem controlado para se planejar melhor e não fazer estoque acima do necessário são algumas recomendações. Dessa forma, as chances de sucesso serão bem maiores”, orienta o professor.