Dia mundial da mamografia
Exame ainda é a melhor forma de identificação precoce do câncer de mama
O diagnóstico de doenças passou por muitas transformações ao longo dos anos. Hoje, percebemos um grande avanço tecnológico para identificação de doenças. Entre eles, o exame de mamografia que possibilita a redução da mortalidade pelo câncer de mama por permitir o diagnóstico precoce. Pesquisa canadense, recém publicada pela revista científica Oxford University, com quase três milhões de mulheres de sete províncias do Canadá entre 40 e 79 anos, que foram avaliadas durante 19 anos, revelou uma redução média da mortalidade de 40% em mulheres que fizeram a mamografia. Isso prova a eficácia e a importância do diagnóstico precoce.
Antes mesmo do fechamento dos índices de incidência do câncer de mama no Brasil em 2014, o Ministério da Saúde já previa 57 mil novos casos do câncer de mama para o ano passando. A previsão pode ser ainda maior em 2015. O último levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Mastologia informa que menos de 25% das brasileiras entre 50 e 60 anos de idade fizeram uma mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2013. O número é três vezes menor que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde, OMS - 70% da cobertura para mulheres acima com mais de 40 anos.
A melhor forma de minimizar as consequências da doença é realizar exames preventivos, pois quando é diagnosticada em fase inicial, as chances de cura podem chegar a 95%. Para o mastologista e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – MG, Clécio Lucena, o rastreamento por meio do exame mamográfico é recomendado, anualmente, somente a partir dos 40 anos nas mulheres de risco habitual. Isso ocorre porque o risco de ocorrência torna-se maior nessa fase. A mamografia não é indicada para jovens, já que a radiografia tem maior dificuldade em detectar os sinais radiológicos em tecidos mamários mais densos, normalmente encontrado nas mulheres abaixo dos 40 anos. “Antecipar a realização da mamografia pode ser indicado quando a pessoa tem alterações palpáveis, ou histórico familiar relevante, ou um perfil de risco aumentado incluindo alterações genéticas propícias para o aparecimento da doença, dentre outros fatores de risco”, esclarece.
O especialista explica ainda que a mamografia permite detectar lesões ainda muito pequenas, na fase inicial do câncer, o que não é possível com o exame de toque. Atualmente, a técnica está mais avançada, com destaque para mamografia digital, com maior qualidade e, consequentemente, maior capacidade de detectar e interpretar as alterações mamárias. “A mamografia permite identificar a doença na fase inicial. Quando comparada a qualquer outro exame, esse é o método mais eficaz, podendo influenciar na escolha do tratamento assertivo e menos agressivo para a mulher. Não existe no momento outro método que substitui esse método, ainda que gere desconforto, uma das reclamações mais constantes. Por isso, não é possível postergar a realização do exame”.
Mulheres com menos de 40 anos também devem realizar outros tipos de exames preventivos, como o autoexame e o acompanhamento com um profissional da área de mastologia ou ginecologia. Outro cuidado é observar qualquer alteração na mama. “Sintomas como o aparecimento de nódulos, mudança no tamanho e forma, saída de secreções claras ou sanguinolentas e feridas na pele podem ser um sinal para procurar um médico o quanto antes”, alerta Lucena.