Maria das Tranças volta às origens
Restaurante comemora 65 anos retornando o filé à parmegiana ao cardápio
Belo Horizonte - MG -O Maria das Tranças, que está completando 65 anos, decidiu voltar às origens para marcar a data. Os sócios Ricardo Rodrigues e Marcelo Solmucci decidiram trazer de volta ao cardápio o primeiro prato servido quando a casa foi inaugurada, em 1950: o filé a parmegiana (R$ 34,90 prato individual e R$ 69,90 prato família). O prato, que será servido nas duas unidades, Savassi e São Francisco, é uma releitura deliciosa da receita de José Alves, amigo da saudosa Dona Maria Clara, primeira geração de proprietários do restaurante.
Para os atuais sócios, o filé mignon coberto com mussarela gratinada, molho de tomate artesanal aromatizado com manjericão e tomilho era o que faltava no cardápio para festejar uma data tão especial.
O Maria das Tranças é referência quando o assunto é culinária mineira. São 65 anos de casa cheia oferecendo pratos feitos com frango, em variadas combinações: ao molho pardo, com quiabo, ensopado com fubá e frito. Com abatedouro próprio, são preparadas por semana, em média, 2,5 toneladas de frango. De quiabo, uma tonelada, além de quilos e mais quilos de fubá e arroz.
No restaurante, outra boa pedida são os tira-gostos que representam bem a comida mineira. Entre os mais pedidos estão o Maria Pimenta - frango a passarinho na manteiga de palma com pimenta -, e o Sol Picante - linguiça de frango servida com filetes de angu frito.
Trancinha - Em 1958, o Maria das Tranças criou um serviço que precedeu o delivery dos dias atuais. Esse sistema funciona até hoje. O cliente leva de casa uma panela à unidade São Francisco e espera o prato ser preparado para poder saboreá-lo em casa. “Aos domingos, o Trancinha chega a representar 16% do nosso faturamento. Enquanto esperam, muitos clientes gostam de tomar um aperitivo e degustar um tira-gosto”, afirma Ricardo Rodrigues.
De geração para geração
Dona Maria Clara Rodrigues, avó de Ricardo Rodrigues, abriu o restaurante servindo frango ao molho pardo e filé a parmegiana. A casa foi aberta no bairro São Francisco, com o nome de Bolero, em referência ao ritmo que fazia sucesso na década de 1950. Os bons comentários sobre o local ganharam grandes proporções e o restaurante conquistou adeptos do Brasil inteiro. Nomes como Juscelino Kubitschek e Elis Regina não dispensavam o menu. Com o crescimento do negócio, em 1958, o pai de Ricardo, Vitor Rodrigues, ficou à frente da administração do estabelecimento.
Ricardo Rodrigues, que está há 20 anos na gerência da casa, começou bem novo no restaurante da família, aos nove anos de idade. “Passei por todas as áreas. Fiz cursos e estudei bastante antes de assumir a direção do empreendimento”, relembra. Foi na sua gestão, em 2006, que o Maria das Tranças deu um grande passo ao abrir a segunda unidade, na Savassi. A casa da Rua Professor Morais, 158, ganhou recentemente um novo sócio, Marcelo Solmucci, empresário com uma trajetória de sucesso nas noites mineiras. Dessa parceria surgiu o Bar Hashtag, um bar diferente, que funciona na parte verde da casa, que conta com jabuticabeira. “Unimos a tradição de 65 anos do restaurante Maria das Tranças à ousadia e à modernidade com um novo empreendimento”, afirma Marcelo Solmucci.