FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS APRESENTA TRÊS SINFONIAS DE MOZART
A apresentação terá regência do maestro Fabio Mechetti
A evolução contínua da obra de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) pode ser apreciada em suas sinfonias. No concerto da série “Fora de Série” do dia 18 de junho, às 18h, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta três de suas peças sinfônicas, capazes de revelar a elegância, a perfeição de estilo e a dramaticidade das obras mais maduras do compositor homenageado. Sob a batuta do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra interpretará a Sinfonia nº 31 em Ré maior, K. 297, “Paris”; a Sinfonia nº 34 em Dó maior, K. 338, e a Sinfonia nº 40 em sol menor, K. 550.
Para aqueles que queiram acompanhar de perto a preparação deste concerto, também no sábado 18, às 10h, haverá Ensaio Aberto. São 127 ingressos, vendidos a R$ 5,00 (meia-entrada) e R$ 10,00 (inteira).
Este concerto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais e conta com o Apoio Cultural do Banco Votorantim por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O repertório
Mozart (Salzburgo, 1756 – Viena, 1791) e as sinfonias nº 31 em Ré maior, K. 297, “Paris” (Paris, 1778); nº 34 em Dó maior, K. 338 (Salzburgo, 1780) e nº 40 em sol menor, K. 550 (Viena, 1788)
A sinfonia clássica tem pouco em comum com o gênero homônimo do Barroco, no qual o termo designava qualquer tipo de composição instrumental – e, em particular, os trechos instrumentais de obras vocais, como prelúdios e interlúdios. No Classicismo, o gênero se embasa em dois tipos de aberturas de óperas constituídas no século XVII: a francesa e a italiana. Deve-se aos filhos de Bach o uso da forma sonata nos primeiros movimentos. Mas é sobretudo a Johann Stamitz, fundador da Escola de Mannheim, e a seu filho, Karl Stamitz, que se devem as compleições definitivas da sinfonia, modelo também cristalizado por Joseph Haydn.
Mozart, por sua vez, assume o gênero, definitivamente, a partir de 1773, com a sinfonia K. 201. De fato, as primeiras peças de Mozart adotam outro modelo. Em 1778, quando compõe sua Sinfonia Paris, K. 297, Mozart já é um sinfonista maduro e utiliza o maior grupo orquestral de que dispôs em vida: na estreia, em Paris, a 12 de junho de 1778, na casa do conde von Sickingen, havia 22 violinos, cinco violas, oito violoncelos e cinco contrabaixos. Além disso, é a primeira das sinfonias em que o par de clarinetes aparece.
A Sinfonia nº 34, K. 338, data de 1780 e pertence à fase em que Mozart ainda residia em Salzburgo. No primeiro movimento, são notáveis o trabalho com os sopros e a rítmica típica da fanfarra, o que lhe atribui caráter festivo, em contraste ao segundo. Neste, desperta-se o Mozart das óperas e da música vocal. Quanto ao movimento derradeiro, trata-se de dança, um tanto enérgica, em deferência à tradição musical italiana. Não se sabe ao certo a data de estreia da sinfonia, mas supõe-se que tenha sido realizada na corte do Príncipe-Arcebispo de Salzburgo, anteriormente ao ano de 1781.
Obra-prima de outra grandeza, a Sinfonia em sol menor, K. 550, composta em 1788, é o penúltimo trabalho do compositor no gênero. Pertence, portanto, à fase final da vida de Mozart e mostra o modelo de música que Beethoven seguiria – ou transcenderia – e com o qual todo o sinfonismo do século XIX se veria mais ou menos em débito. A peça estreou, provavelmente, entre o ano de sua composição e o da morte do artista. É fato, também, que as três últimas sinfonias foram compostas em menos de seis semanas, também em 1788. A obra apresenta um Mozart, menos dramático e mais trágico, menos persona e mais pessoa.
O maestro Fabio Mechetti
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 fará sua estreia com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Com apenas oito anos de existência, a Filarmônica de Minas Gerais recebeu três prêmios de melhor grupo musical brasileiro, efetivando-se como um dos projetos mais bem-sucedidos de Minas Gerais e do Brasil no campo da música erudita. Sob a direção artística e regência titular de Fabio Mechetti, a Orquestra é atualmente formada por 92 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas Central, do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Neste período, realizou 554 concertos, com a execução de 915 obras de 77 compositores brasileiros e 150 estrangeiros, para mais de 709 mil pessoas, sendo que mais de 40% do público pôde assistir às apresentações gratuitamente. O impacto desse projeto artístico durante os anos também pode ser medido pela geração de 59 mil oportunidades de trabalho direto e indireto.
O corpo artístico Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é oriundo de política pública formulada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Em 2008, com a finalidade de criar uma nova orquestra para o Estado, o Governo optou pela execução dessa política por meio de parceria com o Instituto Cultural Filarmônica, uma entidade privada sem fins lucrativos qualificada com o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Tal escolha objetivou um modelo de gestão flexível e dinâmico, baseado no acompanhamento e avaliação de resultados. Um Termo de Parceria foi celebrado como instrumento que rege essa relação entre o Estado e a Oscip, contendo a definição das atividades e metas, bem como o orçamento necessário à sua execução.
Programação
A partir de 2015, quando a Orquestra passou a se apresentar em sua sede, a Sala Minas Gerais, sua programação foi intensificada. De 24, saltou para 57 concertos por assinatura, sempre com convidados da cena sinfônica mundial. Em 2016, estreiam com a Orquestra os regentes convidados Justin Brown e Dorian Wilson, além dos solistas Luis Ascot, Gabriela Montero, Javier Perianes, Clélia Iruzun, Antti Siirala, Lara St. John e Ji Young Lim. O público também terá a oportunidade de rever grandes músicos, como os regentes Rodolfo Fischer, Carl St. Clair, Marcelo Lehninger, Carlos Miguel Prieto e Cláudio Cruz, e os solistas Celina Szrvinsk, Miguel Rosselini, Barry Douglas, Angela Cheng, Arnaldo Cohen, Conrad Tao, Natasha Paremski, Cristina Ortiz, Luíz Filíp, Vadim Gluzman, Asier Polo, Leonard Elschenbroich, Fábio Zanon, Denise de Freitas e Fernando Portari.
A Filarmônica também desenvolve projetos dedicados à democratização do acesso à música clássica de qualidade. São turnês em cidades do interior do estado, concertos para formação de público, apresentações de grupos de câmara, bem como iniciativas de estímulo à profissionalização do setor no Brasil – o Festival Tinta Fresca, dedicado a compositores, e o Laboratório de Regência, destinado ao aprimoramento de jovens regentes. Já foram realizadas 84 apresentações em cidades mineiras e 30 concertos em praças públicas e parques da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mobilizando um público de 283 mil pessoas. Mais de 70 mil estudantes e trabalhadores tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre obras sinfônicas, contexto histórico musical e os instrumentos de uma orquestra, participando de concertos didáticos.
O nome e o compromisso de Minas Gerais com a arte e a qualidade foram levados a 15 festivais nacionais, a 32 apresentações em turnês pelas cinco regiões brasileiras, bem como a cinco apresentações internacionais, em cidades da Argentina e do Uruguai.
A Filarmônica tem aberto outras frentes de trabalho, como a gravação da trilha sonora do espetáculo comemorativo dos 40 anos do Grupo Corpo, Dança Sinfônica (2015), criada pelo músico Marco Antônio Guimarães (Uakti). Com o Giramundo Teatro de Bonecos, realizou o conto musical Pedro e o Lobo (2014), de Sergei Prokofiev. Comercialmente, a Orquestra já lançou um álbum com a Sinfonia nº 9, “A Grande” de Schubert (distribuído pela Sonhos e Sons) e outros três discos com obras de Villa-Lobos para o selo internacional Naxos.
Prêmios
Reconhecida e elogiada pelo público e pela crítica especializada, a Filarmônica, em conjunto com a Sala Minas Gerais, recebeu o Grande Prêmio Concerto 2015. Em 2012, ganhou o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra do Brasil e, em 2010, o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor grupo musical erudito. O maestro Fabio Mechetti recebeu o Prêmio Minas Gerais de Desenvolvimento Econômico de 2015 e o Carlos Gomes de melhor regente brasileiro em 2009 por seu trabalho à frente da Filarmônica. Neste ano, 2016, a Filarmônica e o maestro Mechetti recebem o Troféu JK de Cultura e Desenvolvimento de Minas Gerais, uma iniciativa da publicação Mercado Comum.
O Instituto Cultural Filarmônica recebeu dois prêmios dentro do segmento de gestão de excelência. Em 2013, concedido pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, em parceria com o Instituto Qualidade Minas (IQM), e em 2010, conferido pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (USP). Na área de Comunicação, foi reconhecido com o prêmio Minas de Comunicação (2012), na 10ª Bienal Brasileira de Design Gráfico (2013) e na 14ª Bienal Interamericana de Design, ocorrida em Madri, Espanha (2014).
SERVIÇO
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
18 de junho – 18h
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
MOZART Sinfonia nº 31 em Ré maior, K. 297, “Paris”
MOZART Sinfonia nº 34 em Dó maior, K. 338
MOZART Sinfonia nº 40 em sol menor, K. 550
Ingressos: R$ 34,00 (Balcão Palco e Coro), R$ 44,00 (Mezanino), R$ 56,00 (Balcão Lateral), R$78,00 (Plateia Central) e R$98,00 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações:(31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 21h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.