Apreciação de vinhos: inverno é a estação ideal para apurar o paladar
Especialista dá dicas para iniciantes acertarem na escolha da bebida que ganha evidência, sobretudo,
nesta estação do ano
O inverno provoca uma revolução na gastronomia e até quem não gosta de frio comemora a mudança dos cardápios com caldos, fondues e outras delícias típicas da época. O vinho também ganha evidência nesse período, momento em que o comércio registra um aumento considerável de vendas da bebida. O glamour e a ciência que envolvem o vinho geram muitas dúvidas na hora da escolha, até mesmo nas pessoas que têm costume de consumir o produto. Mas, com algumas dicas básicas, é possível fazer uma boa compra de vinhos, conforme explica Luís Veríssimo, professor do MBA em Gestão Gastronômica e Hoteleira do Senac.
Segundo ele, o princípio do consumo e escolha do vinho é acompanhar os alimentos, agregar e enriquecer o sabor e melhorar experiência da refeição, diferente da maioria das outras bebidas. “Existem muitos critérios para escolher um vinho, mas é importante saber que essa busca começa pelo prato que será servido. De forma simplificada, comidas muito condimentadas, encorpadas, quentes, gordurosas e rústicas –como carnes temperadas ou gordurosas, molhos condimentados, pratos untuosos - pedem um vinho tinto”. Como referência, as uvas tintas mais facilmente encontradas em supermercados e casas de vinho são Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot, Carmenère, entre outra. Já os vinhos brancos são produzidos a partir de uvas como Chardonnay e Sauvignon Blanc, e são harmonizados com as comidas de temperos mais suaves - como saladas, entradas leves, peixes e frutos do mar com temperos leves. O especialista lembra que também que existem vinhos feitos com mais de um tipo de uva, chamados de vinhos de corte, dependendo da região produtora ou da proposta do vinicultor.
De acordo com Veríssimo, existem diversos países tradicionais na produção do vinho. Aqueles chamados de “Velho Mundo’, como França, Itália, Portugal, Espanha e Alemanha, tem uma forte relação com a região, com o terroir, e menos com a uva. “São vinhos com mais personalidade e tradição. Já os países chamados de ‘Novo Mundo’, como Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Estados Unidos, Chile e Argentina, fazem vinhos mais comerciais, cuja identidade está mais ligada à uva”. observa.
Apesar de serem comercializadas como bebidas do tipo suave (doce) e demi-sec, o vinho seco é o mais procurado por paladares mais exigentes. “Existem vinhos doces de boa qualidade, mas a maioria dos vinhos de qualidade são secos. Isso porque eles têm regras de vinificação que vão levar à fermentação a níveis que acabam por tornar a bebida seca. O percentual de doce é baixo”, explica. Para quem não tem o costume com o vinho seco, a dica é começar pelo que for mais agradável ao paladar e evoluir aos poucos. “Com o tempo você começa a perceber que os vinhos secos harmonizam melhor, sem fadiga. Além disso, não fica enjoativo como os doces”, sugere.
O preço, segundo o professor do Senac, não é critério para garantir a qualidade ou a satisfação com a escolha. A quem deseja começar a apurar o paladar, Veríssimo recomenda perder o medo e se aventurar na degustação. “Às vezes a pessoa paga caro, mas não vai ter conhecimento para perceber as características que determinam a qualidade do vinho. O importante é escolher um que seja agradável e começar a criar a cultura de comprar, perceber as características, comparar, fazer cursos de iniciação. Dessa forma, cria-se uma identidade com um tipo de vinho. “Degustação é beber prestando atenção, é começar a criar referências: qual tipo de vinho eu gostei mais? De qual país? Prefiro tinto ou branco? Mais encorpado ou mais leve? Com mais ou menos tanino (adstringência)? Mais velhos ou mais jovens? Quanto mais estudo e experiências, mais você tira do vinho o que ele tem para dar”, explica.
Armazenamento do vinho
Após a compra, Veríssimo orienta que o ideal é guardar os vinhos em lugar, fresco, sem muita umidade e com iluminação suave. O vinho guardado na geladeira pode esfriar em excesso e perder características importantes no paladar. A percepção de aspectos como acidez, álcool e tanino fica alterada. Vinhos tintos devem ser consumidos com temperatura entre 14 e 18 graus. Já branco e rosé, entre 10 e 14 graus. Os espumantes devem ser servidos mais gelados, de 6 a 10 graus.
As bebidas devem ficar protegidas da luz, em locais sem vibração, e deitadas. É importante que o vinho tenha contato com a rolha para melhorar a qualidade de isolamento da garrafa.
Dicas do professor
Vinhos tinto acompanha comidas mais condimentadas
· Vinhos rosé e branco acompanham comidas de temperos mais suaves
· Vinhos secos têm menor percentual de açúcar
· Comprar, degustar, harmonizar e fazer cursos de iniciação são dicas para quem quer começar a apurar o paladar para os vinhos
· O armazenamento das garrafas deve ser preferencialmente em posição horizontal
· Os vinhos devem ser consumidos nas faixas de temperatura ideais conforme o tipo do vinho
inhos tinto acompanha comidas mais condimentadas
· Vinhos rosé e branco acompanham comidas de temperos mais suaves
· Vinhos secos têm menor percentual de açúcar
· Comprar, degustar, harmonizar e fazer cursos de iniciação são dicas para quem quer começar a apurar o paladar para os vinhos
· O armazenamento das garrafas deve ser preferencialmente em posição horizontal
· Os vinhos devem ser consumidos nas faixas de temperatura ideais conforme o tipo do vinho