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GRUPO ARMATRUX ESTREIA NIGHTVODKA

Foto:  Bruno Magalhães

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB BH) apresenta NIGHTVODKA, vigésimo espetáculo do Grupo Armatrux, que marca os 10 anos de trabalho da companhia com o diretor e dramaturgo Eid Ribeiro. A montagem, llivremente inspirada no livro “Vozes de Tchernóbil”, da escritora ucraniana Svetlana Aleksiévitch, parte dos relatos dos sobreviventes daquela tragédia nuclear para criar uma metáfora filosófica e existencial sobre nossos tempos. Partindo de um universo decadente, onde as crenças ruíram e a possibilidade do amor se quebrou, a peça traz ainda um olhar sobre a produção cultural da antiga União Soviética: sua música, sua poesia e suas artes visuais.  Lembrança com ares de profecia, NIGHTVODKA pode ainda soar como um alerta: será Tchernobil apenas o início? O espetáculo, patrocinado pelo Banco do Brasil, estreia no dia 26 de outubro, ficando em cartaz até o dia 20 de novembro, sempre de quinta a segunda, às 20h, no Teatro I, do CCBBBH.

Dando continuidade a pesquisas que o Grupo Armatrux desenvolve ao longo de sua trajetória,  o espetáculo traz um importante uso cênico de objetos e um intenso trabalho físico dos atores Cristiano Araújo, Eduardo Machado, Raquel Pedras e Tina Dias. Pela primeira vez o grupo contou com a colaboração do bailarino Mário Nascimento, responsável, juntamente com Eid, pelas coreografias do espetáculo. A direção musical, com canções executadas ao vivo pelos atores, recebe a assinatura  do instrumentista e compositor Marcos Frederico. No cenário de Marco Paulo Rolla, projeções tornaram-se um importante elemento dramatúrgico. João Santos assina a assistência de direção.

Partindo de depoimentos reais na construção de estados físicos e psicológicos que trazem em cena, os atores carregam nos corpos o abatimento e o abandono. Em uma narrativa não linear, a linguagem apresenta um tom filosófico e existencial: “O espetáculo explora as relações entre esses seres humanos, que tiveram suas vidas normais interrompidas por uma catástrofe que não é natural, mas produzida pelo homem. Tchernóbil é uma metáfora do que está acontecendo no mundo, é o núcleo das catástrofes. Trazemos fragmentos disso. E mostramos como é frágil a humanidade frente a uma tragédia como essa. Colocamos em cena o desastre de Mariana, a Amazônia, a falta de cuidado com o meio ambiente, o consumismo, as guerras que não acabam - há um processo de alimentação da indústria armamentista de guerra. E é sempre o Estado interferindo na vida das pessoas normais, existe esta manipulação oculta em cima da vida das pessoas, destruindo o seu cotidiano, sem qualquer cuidado. Nossa reflexão é como isso tudo afeta as relações de amor, de amizade, as  relações sociais. Qual a possibilidade de sobrevivência com dignidade, com honestidade, de ser um ser humano normal, natural, honesto, ético, neste cenário? A peça permeia tudo isso”, adianta Eid Ribeiro, que coloca em cena, novamente, um espetáculo atemporal e universal, revisitando temas de cunho humanitário, político, existencial e de protesto.


DRAMATURGIA
A principal inspiração dramatúrgica do trabalho foi o livro "Vozes de Tchernobil”,  que começou a ser estudado cerca de um ano antes do texto final de  NIGTHVODKA, assinado por Eid Ribeiro, com colaboração do Grupo Armatrux.

Trata-se de um texto inédito e distinto daquele recentemente publicado na "Coleção Eid Ribeiro” (Editora Javali, 2016) com o nome NIGHTVODKA Parte 1.  Apesar de manter alguns aspectos daquele primeiro estudo – especialmente o caráter político e a pesquisa sobre o cotidiano social – no desenvolviimento do novo trabalho, Eid e o Armatrux partiram da obra de Svetlana e incomporaram à ela diversas outras referências importantes, tais como a poesia de Vladimir Maiakovski e Serguei Iessiênin e  o cinema de  Andrei Tarkovsky e Roy Andersson. O que reforça também, em NIGHTVODKA, a inspiração cinematográfica e poética nos trabalhos de Eid Ribeiro.

Cenário e figurino
No espetáculo, assim como os trabalhos mais recentes de Eid Ribeiro com o Armatrux, “No Pirex” (2010) e “Thácht”(2014), os elementos cênicos trazem tons mais sombrios.

E foi exatamente este ambiente decadente, em ruínas, que inspirou o artista plástico Marco Paulo Rolla a desenvolver o cenário e o figurino do espetáculo, que marca a primeira parceria dele com o Armatrux. O convite partiu de Eid Ribeiro, que já trabalhou com Marco em outras montagens. “O desejo do Eid e do Grupo é mostrar um ambiente que remeta ao dilaceramento, à destruição e ao desolamento. A algo que está sem uma base afetiva e material. Como se houvesse explodido uma bomba naquele lugar. Então, os objetos aparecem como se estivessem sido pedaços de vários locais que se encontram por aí: uma mesa que não é daquele lugar, por exemplo. Uma estética destruída. Um visual que, aos poucos, se transforma em uma uma catástrofe”, explica Rolla.

“Em alguns momentos, são projetadas imagens nas molduras, de artistas soviéticos. Temos ícones da Igreja Ortodoxa Russa e pinturas de Malevich, um artista que suicidou após o mudança do regime. Essa carga toda vem para o palco, no sentido da resistência, da vanguarda da arte. Funciona também como uma homenagem a esses artistas que, apesar de não terem relação direta com o ocorrido em Tchernóbil, tem a ver com a desumanidade, demonstrando o que um ser humano pode fazer ao outro”, completa o cenógrafo.  

Os figurinos também têm essa lógica do pouco, do difícil. “É meio descomposto, empobrecido, escuro, em tons de cinza para o preto. É desgastado como o cenário e as pessoas. Não existe uma vontade de o figurino chamar  atenção; ele não é o protagonista. É algo que você tem que esquecer.”

Música
A direção musical é de Marcos Frederico que, com Eid Ribeiro, é o responsável pela trilha. “A música entra no espetáculo como uma informação. Os quatro atores tocam ao vivo seus instrumentos (baixo, bateria, guitarra e violino) e cantam em russo. Esse componente musical entra para ajudar na harmonia com o texto, que é muito duro. Se a gente fosse trazer a Tchernóbil que foi e continua sendo (as vilas  ainda estão contaminadas), a gente não suportaria fazer, de tão pesado,” explica Eid.  

A cantora Marina Machado participa da montagem como Preparadora Vocal, e também a ela se deve a qualidade das músicas cantadas em russo pelos atores. NIGTHVODKA,  se abre com a canção de Sergei Trofimo, “Za tikhoy rekoyu”, que tem um tom espiritual, quase religioso. Também está presente a música, “Na pole tanki grokhotali”, de autoria desconhecida: canção bélica que descreve o retorno dos soldados decepados da guerra, foi transformada pelo Armatrux em um punk-rock.

As composições da pianista Galina Ustvolskaya marcam fortemente as transições do espetáculo. Canções de Aleksandr Galich (Oblaka), e Emir Kusturica & No Smoking Orchestra (Moldavian Song) também compõem o roteiro musical.

Sinopse
Como resistir após um grande desastre? NIGHTVODKA, nova parceria do Armatrux com o diretor Eid Ribeiro, parte dos relatos sobre o  acidente de Tchernóbil para desenvolver uma metáfora existencial de nossos tempos. O trabalho dá seguimento a pesquisa musical, física e imagética do Armatrux. Num universo em ruínas onde a possibilidade do amor se quebrou, o espetáculo é uma lembrança com ares de profecia, podendo ainda soar como um alerta: será Tchernobil apenas o início?"


Ficha Técnica Nightvodka:
Patrocínio: CCBB / Direção E Dramaturgia: Eid Ribeiro / Colaboração Dramatúrgica: Grupo Armatrux / Livremente Inspirado Em “Vozes De Tchernóbil” De  Svetlana Aleksiévitch / Assistência De Direção: João Santos / Elenco: Cristiano Araújo, Eduardo Machado, Raquel Pedras E Tina Dias / Cenário E Figurino: Marco Paulo Rolla / Luz: Wladimir Medeiros  / Preparação Vocal: Marina Machado / Direção Musical: Marcos Frederico / Coreografias: Mário Nascimento e Eid Ribeiro / Trilha Sonora: Eid Ribeiro / Professor De Baixo, Guitarra E Piano: Henrique Cabral / Produção Executiva: Luiz Fernando Vitral / Maquiagem: Linda Paulino / Fotos: Bruno Magalhães - Nitro / Comunicação: Uhuru / Assessoria De Imprensa: Luz Comunicacão - Jozane Faleiro / Gestão De Projetos E Assessoria Jurídica: Drummond E Neumayr - Artmanagers / Contabilidade: Lucrar Contabilidade / Auxiliar Administrativa: Cynthia Souza  / Coordenação De Produção: Tina Dias / Coordenação De Planejamento Artístico: Raquel Pedras / Coordenação Técnica: Cristiano Araújo / Coordenação De Planejamento E Mobilização De Recursos: Paula Manata / Coordenação Administrativo - Financeira: Rogério Araújo / Grupo Armatrux: Raquel Pedras, Tina Dias, Paula Manata, Cristiano Araújo, Eduardo Machado, Rogério Araújo / Realização: Grupo Armatrux



Armatrux na web:
site: www.armatrux.com.br
www.facebook.com/armatrux.grupodeteatro
www.instagram.com/grupoarmatrux
Serviço: NIGHTVODKA - Grupo Armatrux
Duração: 80 minutos / Classificação: 14 anos
Datas e horários: de 26 de outubro a  20 de novembro de 2017, de quinta a segunda, às 20h
Local: Teatro I – CCBB BH - Praça da Liberdade, 450 - Funcionários – Belo Horizonte (MG) - Capacidade: 264 lugares
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia entrada)
Clientes Banco do Brasil pagam meia-entrada
Venda de ingressos: bilheteria do teatro / ou www.eventim.com.br
Mais informações: (31) 3431-9400 I (31) 3431-9503
Ouvidoria BB 0800 729 5678
Deficiente auditivo ou de fala 0800 729 0088
Obs: O CCBB BH não tem estacionamento.
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