Mitos e verdades sobre mudanças no estilo de vida
Sem indicação médica e conhecimento, a transformação de alguns hábitos pode ser tão prejudicial quanto o fator de risco original
Adotar bons hábitos de vida faz parte do processo de qualquer pessoa que deseja melhorar sua saúde e bem-estar. Sabe-se que uma alimentação saudável aliada à prática regular de atividade física proporciona inúmeros benefícios ao corpo e à mente, reduzindo a incidência e o risco de doenças metabólicas como obesidade, hipertensão e diabetes tipo 2 e, também, de males diversos, como depressão, stress, câncer, entre outros.
Entretanto, de acordo com o médico e nutrólogo Dr. Lucas Penchel, muitas pessoas que precisam, não conseguem fazer dieta, praticar exercícios ou até mesmo para de fumar. Ou quando o fazem, não conseguem manter por muito tempo. “Mudanças drásticas costumam provocar efeito rebote, fazendo com que o paciente retorne aos velhos hábitos nocivos. Todavia, pequenas trocas inteligentes podem proporcionar muitos ganhos para a saúde, além de funcionar como um gatilho para a adoção de novos costumes saudáveis”, afirma.
Dr. Lucas ainda conta que há diversos mitos sobre algumas substituições que prometem ser saudáveis, mas não são. “Algumas mudanças no estilo de vida podem ser tão maléficas quanto o fator de risco original que foi substituído. É preciso se informar e, principalmente, buscar uma avaliação profissional. Somente um médico poderá indicar o que é melhor para cada caso”.
O médico cita alguns exemplos controversos sobre estas mudanças/trocas:
. Dietas pobres em gordura ou carboidratos são adequadas para perda de peso?
Mito. Não é de hoje que as pessoas utilizam dietas pobres em macronutrientes (carboidrato, proteína ou gordura) para a perda de peso. Há algumas décadas atrás, a alimentação desprovida de gordura se tornou muito popular no processo de emagrecimento. Atualmente, a dieta pobre em carboidratos e rica em proteínas tem sido amplamente adotada. Ainda que a última tenha apontado benfeitorias para a perda de peso, ela também foi associada ao aumento do LDL, ou seja, do colesterol. Além do mais, há gorduras boas que, se consumidas com moderação, fazem bem à saúde. O ideal é não fazer dietas muito restritivas, principalmente em macronutrientes, que são essenciais para o bom funcionamento do organismo. Uma alimentação balanceada é muito mais eficaz e saudável do que as concentradas.
. O adoçante artificial é melhor que o açúcar para a perda de peso?
Verdade. Estudos indicam que o consumo de açúcar não deve ultrapassar 10% das calorias diárias, limite muitas vezes excedido por grande parte da população. O adoçante artificial vem como uma opção para substituir o açúcar. Utilizado moderadamente – pois existem estudos inconclusivos sobre seus efeitos adversos para a saúde – ele pode até suprir o desejo que a pessoa tem por comer doce. Os benefícios dos adoçantes são largamente observados em relação ao número de calorias ingeridas e, consequentemente, associados à perda de peso.
. Exercícios de alta intensidade são mais efetivos que as de baixa intensidade?
Verdade. Para se ter uma vida saudável, o US Department of Health and Human Services recomenda uma média de 150 minutos de atividades físicas de intensidade moderada ou 75 minutos de exercícios de alta intensidade. O vigor do exercício deve variar de acordo com o objetivo da pessoa. Se ele for melhorar o condicionamento físico e o risco de doenças cardiometabólicas, a atividade moderada é suficiente. Somente se for aliada à uma dieta, ela proporciona perda de peso. Entretanto, se o escopo for a perda de peso, o exercício de alta intensidade é muito mais efetivo.
. O cigarro eletrônico causa menos danos do que o normal?
Verdade. É de conhecimento geral os malefícios causados pelo uso do cigarro. Muito utilizado como auxiliar no processo de parar de fumar, o cigarro eletrônico ainda não possui estudos conclusivos que comprovem suas as implicações adversas sobre a saúde. Entretanto, o que se sabe é que, assim como o convencional, ele também possui nicotina, só que em menores dosagens. É claro que a melhor opção é sempre não fumar. Todavia, se a pessoa já for usuária, é preferível que seja do cigarro eletrônico, pois, apesar dos estudos sobre seus efeitos a longo prazo serem escassos, sabe-se que seus malefícios são menores. A preocupação são os jovens. Pesquisas apontam que o uso dos cigarros eletrônicos por eles aumenta as chances de fumarem cigarros convencionais.
Clínica Lucas Penchel
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