Projeto colaborativo de moda lança camisas com bandeiras
sociais em BH
Colab “Meu Corpo Minha Bandeira” criada pela Mooca e mais três makers locais vem para hastear flâmulas de minorias em uma coleção exclusiva e limitada
Em tempos onde a principal bandeira hasteada esperada é a do Brasil, a Mooca (primeiro marketplace do Brasil com aceleração de produtores locais), em parceria com a LOR, trouxeram outra proposta de bandeiras. Ancorado na legenda de “Meu Corpo Minha Bandeira”, o projeto trata-se de uma coleção totalmente exclusiva, onde o escopo é hastear estandartes plurais, de respeito e de orgulho. A linha é composta por camisas brancas que carregam o slogan da campanha. Além disso, cada pessoa pode escolher sua bandeira social, através de patches especiais (espécie de brasão), assinados pelos designers Letícia Naves e Ronei Sampaio.
A ideia começou através de uma mentoria de design de produto entre a criadora da LOR Luana Oliveira e uma das co-fundadoras da Mooca, Marina Montenegro: “Ao me pedir opinião sobre um projeto que estava criando para a Copa, o slogan da Luana – Meu Corpo Minha Bandeira – me chamou muita atenção, pois estamos vivendo um momento onde as minorias estão ganhando cada vez mais voz. E a frase representa isso. O importante nesta campanha é envolver as pessoas neste movimento tão atual como o empoderamento e o fortalecimento de indivíduos que não vivem em igualdade de condições relativas à maioria da população. Antes negligenciadas, atualmente elas são protagonistas de importantes causas na sociedade”, conta a sócia da loja.
A intenção do lançamento durante a Copa do Mundo deste ano é de realmente provocar reflexão, segundo Luana: torcer ou não pela Copa? “Num período de maturação para a criação de produtos para a Copa, eu percebi que as questões políticas e sociais no Brasil estão muito mais evidentes, mexendo muito mais com as pessoas do que o próprio evento esportivo. Decidi, então, falar sobre ser respeitado como se é. A coleção Meu Corpo Minha Bandeira traz à tona a importância da consideração por todas as bandeiras de todas as torcidas: rumo ao hexa, à liberdade e ao respeito. Não me parece justo hastear o verde e o amarelo sem levantar, também, o respeito, a igualdade e a luta”, explica.
Os cinco brasões, desenhados por Letícia Naves e Ronei Sampaio, estampam causas do feminismo, empoderamento negro, LGBTQ+, de forma divertida e até irônica. Os artistas foram estrategicamente convidados para participar do projeto por possuírem lugares de fala das causas criadas. “Demos voz a quem realmente faz parte destes movimentos. A escolha pensada caminha junto do conceito de pluralidade e respeito”, afirma Fabiana Soares, co-fundadora da Mooca. Um dos patches, “frágil é o seu ego”, carrega uma brincadeira que tem a intenção de ser uma resposta a homens que usam a expressão “sexo frágil” ao se referir a uma mulher, por exemplo.
Ainda de acordo com Fabiana, o impacto esperado com a coleção é que as pessoas desfilem por aí carregando os seus próprios ideais, estampados em uma simples camisa: “Estamos em uma época onde o consumidor já faz parte do universo de criação de produtos e campanhas, ditando o que ele quer ou não ver/vestir. Oferecer o direito de escolha do que se quer representar é, além de inovador, libertador. Além disso, é uma forma de ressignificar a Copa do Mundo e as camisas que vamos vestir na torcida pela vitória do nosso país”.
A camisa e as bandeiras podem ser adquiridas na própria loja Mooca (Rua Antônio de Albuquerque, 458 – Savassi) ou através do site www.mooca.co. Cada peça custa R$ 89,90 e vem com um patch, à escolha do cliente. Caso a pessoa queira comprar mais brasões, o valor unitário é de R$ 25,90.