Refrigerante, açúcar e sal refinado são os itens que os brasileiros mais
gostariam de cortar da dieta, aponta pesquisa
Estudo também revela quais alimentos os consumidores gostariam de incluir no cardápio
Muitas pessoas, atualmente, fazem dietas com o intuito de perder peso ou por orientação médica que vão além do emagrecimento. Mas a verdade, é que ter uma alimentação mais saudável faz também parte de um estilo de vida natural. Entretanto, encontrar um equilíbrio entre o que pode fazer parte da dieta e o que deve ser consumido moderadamente tem preocupado muitos brasileiros, segundo pesquisa especializada.
Um levantamento feito recentemente com cerca de mil participantes de diversas regiões do país, apontou que itens como refrigerante, açúcar e sal refinado são os principais ingredientes que os brasileiros gostariam de retirar do cardápio, por outro lado, alguns alimentos considerados “fit” entram na lista de queridinhos. Segundo especialistas, tirar açúcar e sal das refeições são tarefas muito difíceis, mas contam que existem outras maneiras de ter uma refeição rica em nutrientes e menos calórica, basta se atentar aos alimentos e buscar moderação sempre.
Menos refrigerante, açúcar e sal
Segundo a pesquisa “Hábitos Alimentares do Brasileiro - preferências, dietas e tendências de consumo”, realizada pela Banca do Ramon, um dos empórios mais tradicionais do Mercado Municipal de São Paulo, os principais itens que os brasileiros gostariam de cortar nas refeições são refrigerantes (31%), açúcar (21%) e sal refinado (20%).
De acordo com a nutricionista consultora da Banca do Ramon, Juliana Tomandl, o brasileiro está acostumado a ingerir esses itens em grande quantidade, o que além de prejudicar a dieta, pode também, desenvolver doenças cardiovasculares. Apesar do refrigerante estar em primeiro lugar no que se refere aos itens a serem deixados de consumir, o açúcar (que também está na bebida) é uma grande preocupação entre os órgãos de saúde. Para se ter uma ideia da relevância do tema, recentemente, o governo brasileiro assinou um acordo com a indústria de alimentos para diminuir o consumo de 144 mil toneladas de açúcar até 2022, o objetivo é chegar na meta que a OMS recomenda, que são até 10% do total das calorias diárias.
Viciante e perigoso
Segundo a nutricionista, o refrigerante oferece muitos perigos a saúde que ainda são desconhecidos pela população. A maioria sabe que a bebida em excesso não faz bem ao corpo, pois ela não oferece nenhum valor nutricional. Mas desconhecem que o liquido pode alterar a pressão em minutos e ainda tirar do organismo nutrientes que são importantes. Estudos apontam que alguns aditivos que são acrescentados em sua fórmula, como edulcorantes, conservantes, acidulantes e o ácido fosfórico podem causar sobrecarga nos rins e, até mesmo, “roubar” o cálcio dos ossos, aumentando o risco de osteoporose, além de outras doenças como diabetes, ataques cardíacos e obesidade.
Ou seja, o refrigerante é totalmente dispensável ao corpo, mas por ser saboroso e possuir compostos que dão sensação de prazer ao cérebro, consequentemente se torna um hábito difícil de cortar. A especialista da Banca do Ramon recomenda fazer a mudança aos poucos, beber bastante água e substituir por sucos naturais. “O ideal é beber um copo por dia, depois duas ou três vezes na semana, até que o consumo mensal seja bem menos que o de costume. O importante é que a bebida não seja retirada totalmente, para não haver recaídas. Substituir por suco também é uma boa opção, pois é uma alternativa saborosa e rica em nutrientes como fibras, minerais e vitaminas, mas também possuem conteúdo calórico, então, é preciso ter moderação”, aconselha Tomandl.
Consumo moderado
O açúcar e sal refinado também podem ser evitados na alimentação, esses são os itens mais difíceis de lidar, visto que, eles estão na maioria dos produtos que são consumidos nas refeições. Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome diariamente uma média de 80 gramas de açúcar, que equivalem a 18 colheres de chá. Já o consumo de sal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, deveria ser cinco gramas diariamente, mas no Brasil o número chega a 12 gramas diárias, ou seja, mais que o dobro. Por isso existe uma preocupação dos órgãos de saúde juntamente com o governo brasileiro em diminuir essa quantidade nos próximos anos.
Então, existem dois pontos que devem ser levados em consideração: esses ingredientes são importantes para o corpo, mas também são os principais responsáveis pelos problemas de obesidade e hipertensão. De acordo com a especialista, o truque é começar a usar alternativas, por exemplo: o açúcar refinado pode ser cortado do café, chá e sucos. Pode também ser substituído pelo mascavo, pois ele conserva os minerais, as vitaminas, cálcio, ferro e potássio. Ao contrário do refinado que não tem vitaminas, minerais e possui muitas calorias. Outra dica é consumir frutas, elas possuem um açúcar natural, que são conhecidas como frutose. Além dessas dicas, a nutricionista também aconselha a procurar por açúcares mais naturais possíveis.
Para o sal ela recomenda o mesmo, substituir o refinado para os menos processados. Evitar produtos que possuem o sal oculto também é muito importante, temperos como caldos em cubinhos, molho, ketchup, shoyu, entre outros, podem ser os grandes vilões na hora de preparar a refeição. Para temperar a comida, o sal rosa do himalaia é o mais indicado, pois ele não sofre nenhum tipo de processamento.
Os queridinhos da dieta
O levantamento realizado pela Banca do Ramon, também mostra que os brasileiros gostariam de acrescentar alguns ingredientes nas refeições, 27% dos entrevistados gostariam de inserir as oleaginosas, que são as castanhas, amêndoas, nozes, entre outros. 21% têm vontade de acrescentar o vinho, e 20% gostaria de incluir o queijo na alimentação.
Para quem está na dieta, a boa notícia é que a oleaginosas possuem selênio, um antioxidante que contribui com a melhoria dos sintomas de depressão, redução de estresse e controla o desejo por comida. “Consideradas gorduras do bem, elas podem estar no cardápio. É possível fazer um mix com as oleaginosas e aproveitar o sabor”, explica TomandI.
O vinho também pode ser consumido, desde que haja moderação. Uma boa taça da bebida pode ajudar a diminuir o colesterol e ser aproveitada durante a dieta. Já o queijo, é necessário tomar alguns cuidados, pois nem todo tipo é recomendado na dieta.” Ricota e cottage são os mais indicados, por serem os mais magros, assim como o queijo de minas frescal. O provolone, gorgonzola e parmesão devem ser sempre evitados, pois possuem alto valor energético”, diz a nutricionista.
Dieta saudável e consciente
O verdadeiro segredo de uma boa dieta é ter consciência da escolha dos alimentos para que as mudanças, de fato, aconteçam. A decisão de emagrecer dever ser saudável e consciente, além disso, o acompanhamento de um profissional é extremamente importante.
O ideal é fazer com que a dieta seja proveitosa e tranquila, cortar alguns ingredientes gradativamente, como o refrigerante, e acrescentar outros, como as oleaginosas, pois são mais ricas em proteínas e vitaminas, ajudam no fortalecimento do corpo e torna o processo menos estressante. “O importante é compreender o que faz bem ao nosso corpo, quando tem essa consciência, o consumo de outros tipos de alimentos fica mais fácil”, finaliza Tomandl.
Fonte: Banca do Ramon