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Vilelas in Concert
Saul Vilela e filhos apresentam seus trabalhos na P.S Galeria. Evento marca despedida do pintor e arquiteto do roteiro das exposições
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| Saul Vilela |
No próximo sábado, dia 8 de junho, a família Vilela vai invadir a P.S Galeria com a exposição Vilelas in Concert, ocupando o amplo espaço com telas, esculturas e moda. Esta será a primeira vez que o artista plástico e arquiteto Saul Vilela vai expor seus trabalhos junto com os filhos Daniel, Joana e Marco, que herdaram, cada com suas especificidades, a veia artística do pai.
O evento tem um significado especial para ele, já que marca sua despedida do roteiro das mostras expositivas. Last One é o que está escrito no catálogo e é também o que tem anunciado para todos. “Estou passando o bastão, agora é com os meninos. É uma homenagem que estou fazendo a eles”, afirma orgulhoso da influência sobre a prole.
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O que não significa que o artista vai parar de pintar, atividade a que se dedica desde o final dos anos 1970, embora sua trajetória nesse universo tenha vindo antes, no início dessa década, quando ainda era estudante de arquitetura, e se tornou marchand de vários nomes de sucesso, como Manabu Mabe, Maria Helena Andrés, Álvaro Apocalipse, Ivan Marquetti, Inimá de Paula, Bracher e Carlos Scliar, entre outros da época. Certamente o aprendizado com essas pessoas foi vital na construção de sua própria arte.
De todos eles, Scliar tem importância fundamental na vida de Saul: “Foi ele que me ensinou a pintar, me dava tinta, me ensinou a técnica dele”, conta. Figurativo no início, mais tarde adotou o abstrato, estilo pelo qual se tornou conhecido, e está presente nas 34 telas (acrílica sobre tela), que serão mostradas na PS Galeria.
Emoção - Ao longo do tempo, ele conseguiu conciliar arquitetura e pintura por meio de uma conduta muito pessoal em que se mesclam elementos como leveza, uma dose de irreverência, anticonvencionalismo e humor. Na hora de pintar, sempre predominou o lado emocional. “Vou para o atelier descobrir o que vou fazer. Às vezes, acerto; em outras, dá nada, mas passo o rodo na tinta e consigo um fundo ótimo”, explica.
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| Daniel Vilela |
O estímulo de amigos, que lhe abriram portas, foi primordial no desdobramento da carreira de Saul. De acordo com ele, tudo fluiu naturalmente, de forma leve, tanto nacionalmente quanto internacionalmente. Aí, seu currículo aponta mostras de destaques na Art Basel. Arte Space em Miami, Flórida e Fort Lauderdale (USA), Londres, Atenas, Veneza, Suíça.
Um grande incentivador dessa carreira foi Cézar Augusto Simão, professor de História da Arte e da Arquitetura da Universidade Fumec, mestre em Arquitetura pela Escola de Arquitetura da UFMG e colecionador, que assina a apresentação do catálogo Last One, e com quem o artista fez estágio em seu escritório de arquitetura nos anos 1970. “Hoje encontramos Saul Vilela com uma ampla bagagem pictórica, desenvolvendo estruturas compositivas de grande intensidade e movimento. O aspecto “gosto ou não gosto, tão comum ao público apreciador da arte abstrata, cede lugar a uma emoção profunda e singular ao contemplar as telas de Saul Vilela”.
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Sobre seu trabalho, Bracher escreveu: “A pintura de Saul Vilela é, de saída, forte, exuberante e eloquente. Com a textura expressionista de quem conhece e pratica o ofício”.
Filhos - Criatividade é que não falta na família Vilela, comprovando que, quando DNA e meio ambiente se encontram, o resultado é altamente potencial. Daniel, o filho mais velho, é designer formado pela UEMG, arquiteto urbanista pela FUMEC, e também estudou na Escola Guignard. Nos anos 1990, iniciou seus trabalhos nas áreas de fotografia, desenho e pintura; em 2004, começou a criar as primeiras esculturas. Desde então, alterna seu tempo entre projetos de arquitetura, projetos visuais e a produção das esculturas. O vergalhão é o elemento base. Peças com grandes volumes, com sombras relevantes, permeiam seu trabalho. “O desenho mais iluminação provocam um efeito tridimensional, algo bem transformador”, explica. Cerca de 15 dessas peças comporão o espaço da PS Galeria.
Marco tem 29 anos, também é graduado em arquitetura, e desde que se entende por gente frequenta o atelier do pai. “O Bruno, meu irmão mais novo, e eu ficávamos lá pintando, imitando o que ele fazia, ajudando a fazer as telas. Comecei experimentando a técnica dele, mas fui levando-a para meu olhar, de acordo com meu sentimento, para criar o meu estilo”, garante. Para a exposição, ele preparou cerca de 15 telas com tamanhos em torno de 2,5m.
Moda - Joana, por sua vez, filha única de Saul, tem sido uma parceira efetiva dele ao longo do tempo. Ela vem da área de publicidade e criação, na qual atuou por sete anos, e seu traço está presente nos catálogos de mostras, inclusive no livro In Versus - Saul Vilela Arquitetura (AP Cultural, 1999), em que se responsabilizou também pela produção e execução da obra. Além de projetos importantes, como a restauração da Residence Famille Aldon (France 1985), de outras residências, edifícios, centros culturais, teatros, o livro é marcado por textos e conteúdo poético de poetas e profissionais importantes, além de telas e poemas de autoria de Saul.
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| Coleção por Joana Vilela |
Joana também está ligada à pintura, com ênfase no figurativo, por meio do qual explora rostos femininos. Expôs na galeria A, da Alphorria, e na Arte Basel, em Miami. Passou ainda pela fotografia para, enfim, desaguar na moda, há dois anos, com a criação da Manas, uma evolução de roupas criadas, inicialmente, para kundalini yoga. É a atual coleção da marca que será mostrada na exposição Vilelas in Concert. “Não tenho formação na área de moda, o que faço é bem autoral. São roupas que gosto de vestir, largas, confortáveis e elegantes, que não encontrava no mercado para comprar, a maioria delas em tecidos naturais”, explica. O que significa também versatilidade e liberdade total de criação bem ao estilo da família Vilela.
Serviço
Exposição Vilelas in Concert
Coquetel de abertura – 8 de junho, de 11h às 17h
Abertura ao público – 10 de junho a 20 de julho
Horário comercial
Endereço: Rua Antônio de Albuquerque, 911 - Savassi
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