TITULO
Saúde > Prótese mamária via axilar
8 questões sobre prótese mamária via axilar


Quando o assunto é cirurgia plástica para aumento de mama, existem diferentes vias de acesso para introdução das próteses, cuja escolha depende do biótipo e da análise do cirurgião. Hoje, a incisão pela via axilar tem se mostrado uma técnica moderna e com bons resultados estéticos. Para falar mais detalhadamente sobre esse procedimento e seu impacto sobre o contorno corporal feminino, entrevistamos Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (CRM-SP 81.555), médico especialista em cirurgia plástica de mama e oncoplástica, Membro Especialista e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e integrante do corpo clínico dos Hospitais Sírio-Libanês, Albert Einstein, Oswaldo Cruz e São Luiz. Confira: 

 
1.Desde quando é realizada a técnica via axilar?
A técnica via axilar foi desenvolvida no final da década de 70, porém na época se utilizava o plano submuscular e com incisões maiores e cicatrizes mais perceptíveis. Este fato levava a resultados mais limitados e com possibilidade de deslocamento da prótese e assimetrias. No final da década 90, com o aprimoramento da técnica e a introdução da endoscopia, o melhor conhecimento da anatomia na região das mamas, como a presença da fáscia (membrana) muscular, o procedimento via axilar teve um maior avanço. Hoje, conseguem-se cicatrizes menores (2,5 a 4 cm) e posicionadas dentro da prega axilar, fato este que permite melhores resultados e com cicatrizes imperceptíveis com o passar do tempo.
 
Com a utilização, seja de videoendoscopia ou de instrumentos especiais, é possível realizar o plano subfascial com maior precisão e menor risco de deslocamento da prótese. Como não há manipulação da musculatura peitoral, a cirurgia e a anestesia são mais leves e o pós-operatório mais confortável. Outro ponto importante descoberto nos últimos anos, decorrente da pesquisa do linfonodo sentinela no câncer de mama, é a possibilidade de conhecer o trajeto da anatomia linfática da mama e da axila e preservá-la durante a colocação da prótese. Neste último aspecto, tivemos a oportunidade de publicar um trabalho científico internacional (revista Annals of Plastic Surgery/2007) avaliando as vias linfáticas antes e após a cirurgia axilar com bons resultados.
 

2.Existe algum quadro clínico ou perfil de paciente onde a via axilar é mais indicada?
Habitualmente a paciente não pode apresentar grande flacidez e queda da mama, uma vez que a técnica axilar não permite a retirada de pele e correção de posição dos seios. Dessa forma, a via axilar é indicada para mulheres com mamas de pequeno volume, pouca flacidez e sem queda mamária.
 

3.Por que realizar a cirurgia via axilar?
A via axilar apresenta como grande vantagem a ausência de cicatrizes na mama, uma vez que toda a incisão fica oculta, na região da axila. Normalmente, com uma incisão de aproximadamente 3 cm, consegue-se colocar a prótese adequadamente. Em alguns casos, há a necessidade de aparelhos especiais, como videoendoscopia. No protocolo da minha equipe, utilizo uma nova técnica de colocação da prótese pela incisão axilar e em posição subfascial, porque diminui os incômodos no pós-operatório e o risco de deslocamento, se comparada com as outras técnicas, como a submuscular. Os resultados estéticos têm sido significativos.
 

4.Pode descrever como é esta técnica de colocação da prótese?
A técnica, hoje encontra-se padronizada pela nossa equipe, fato este que levou à uma publicação internacional na revista Aesthetic Plastic Surgery em 2006. Por meio de uma incisão de aproximadamente 3 cm na axila, dentro da prega cutânea, realiza-se a dissecção da membrana que cobre o músculo peitoral maior até próximo ao sulco da mama. O espaço criado tem que ser preciso e adequado para a anatomia da mama e para o tamanho da prótese escolhida. Por isso, há a necessidade de utilizar a endoscopia e/ou instrumentos especiais. É importante observar que espaços menores que a anatomia e o tamanho da prótese levam a dobras na prótese e incômodo pós-operatório. Já os espaços maiores podem levar à rotação e deslocamento da prótese. Evitar esses tipos de problemas depende da habilidade experiência do cirurgião.  
 
 
Após a criação deste espaço, efetua-se uma nova checagem com endoscopia para se avaliar eventuais sangramentos e a lavagem com soluções de antibióticos para prevenir a contratura capsular. Após essa etapa, coloca-se a prótese previamente escolhida e realiza-se o fechamento com pontos internos na axila. Não há a necessidade de drenos e os pontos são retirados de 7 a 10 dias após a cirurgia.
 

5.Qual o tempo de duração do procedimento via axilar?
O nosso protocolo está completando 10 anos de utilização. Na grande maioria dos casos,a média de duração da cirurgia é de 50 minutos, com período total de internação de oito horas e sem a necessidade de manter drenos no pós-operatório. A grande vantagem é que todo o procedimento é feito em regime de hospital-dia, ou seja, a paciente tem alta no mesmo dia.
 

6.Quais tipos de próteses são mais indicadas neste tipo de incisão?
Teoricamente qualquer tipo pode ser empregado pela via axilar. Nas próteses anatômicas (em gota) há uma maior dificuldade técnica devido à complexidade de posicionamento. Porém, com experiência e utilizando instrumentos especiais é possível colocá-las adequadamente.
 

7.Das cirurgias de aumento de mama, qual o percentual que se refere a via axilar?
Esse dado varia de cirurgião para cirurgião e a experiência de cada profissional. Com o aprimoramento da técnica e os bons resultados obtidos nos últimos anos, atualmente, a via axilar representa, na nossa experiência, quase 70% de todas as cirurgias de próteses. Na situação de queda de mama e flacidez maior, há preferência para o procedimento via areolar.
 

8.Quais os avanços que aconteceram nesta técnica desde que ela foi desenvolvida?
O desenvolvimento de instrumentos especiais e a aplicação da endoscopia. A melhor compreensão da anatomia da fáscia do músculo peitoral e a possibilidade de utilizá-la para cobrir parte da prótese. Além disso, a identificação do trajeto dos vasos linfáticos e a sua preservação durante a cirurgia axilar. Com instrumentos especiais,consegue-se ainda a colocação de próteses anatômicas sem risco de posicionamento inadequado.

<< Voltar
  JS Shopping - Os melhores negócios com Imóveis & Automóveis