CASA FIAT DE CULTURA INAUGURA EXPOSIÇÃO QUE EVIDENCIA A ACESSIBILIDADE CULTURAL
E O REAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS
A relação entre a superfície e o espaço geométrico é a base dos estudos da artista plástica Mozileide Neri, que estará em cartaz na Casa Fiat de Cultura, de 28 de maio a 14 de julho, com a exposição “A forma como variável”, escolhida no 7º Programa de Seleção da Piccola Galleria. A mostra apresenta mais de 340 colagens – obras em pequenos formatos –, compostas pela coexistência dos diferentes campos de cor em sobreposições de camadas cromáticas, com a criação de elementos e formas irregulares. As obras apresentam superfícies de diversas texturas e cores, construídas para a interação sensorial de todos os públicos. Toda a programação é gratuita.
Essa exposição nasce a partir de uma pesquisa sobre acessibilidade cultural. A variação cromática e tátil se baseia na técnica de colagem e apresenta uma vasta representação de formatos figurativos e abstratos, produzidos por meio da utilização de cores reaproveitadas de embalagens de diversos produtos, impressas sobre papéis de gramaturas altas. Algumas obras poderão ser tocadas, enquanto outras apresentarão experiências olfativas (uma obra tem glicerina) e sonoras (uma das obras terá sementes no interior, que produzem barulho com o movimento). Mais do que um recurso, a acessibilidade é um conceito evidenciado na expografia, que também contará com legendas em fonte ampliada e braille e um vídeo em Libras.
Em “A forma como variável” o público poderá vivenciar experiências multissensoriais, investigando as diversas texturas que não são percebidas no campo visual. “A ideia é que o visitante consiga perceber a origem do material e experimentar o toque a partir da ponta dos dedos – algo que os videntes normalmente não conseguem”, explica Mozileide Neri. Ela destaca, ainda, que a exposição permite vários percursos, sempre tentando entender o que é uma forma. “Sempre tento provocar, mas não dou muitas respostas. Quero que o visitante tenha várias percepções e crie diferentes conexões a partir do que ele ver na galeria.”
O trabalho tem um diálogo próximo com as obras de Lygia Clark, Lygia Pape e Maria Leontina, seja nas linhas retas, nas ideias experimentais ou nas formas geométricas. Para a historiadora de arte Anamaria Silva, que assina o texto curatorial da exposição, as configurações não definidas, inventivas, orgânicas e irregulares nos provocam a criar outras percepções sobre elas. “É preciso percorrer cada tonalidade, perceber as modulações. É necessário variar o olhar.” As obras apresentam pequenos formatos e poderão ser percebidas tanto de forma individual, quanto em conjunto, com toda a ocupação da galeria.
A exposição “A forma como variável” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat, copatrocínio da Stellantis Financiamento, do Banco Stellantis, do Banco Safra, da Usiminas e da Sada. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.